KAMP

Hotel Modern (NL)



CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Pequeno Auditório
15, 16 e 17 de Maio às 21h

18 de Maio às 16h

DURAÇÃO
60 minutos

TÉCNICA
Mista

PÚBLICO-ALVO
Maiores de 8 anos

IDIOMA
Sem palavras


Espectáculo apresentado em parceria com o CCB


REALIZADORES E ACTORES
Arlène Hoornweg, Pauline Kalker, Herman Helle CONCEITO DE SOM Ruud Van der Pluijm TÉCNICOS Edwin van Steenbergen, Marcel Lugtenborg ASSISTENTES DE CENOGRAFIA E CONSTRUÇÃO DE MARIONETAS Stefan Gross, Dirk Vroemen, Cathrin Boer, Heleen Wiemer, Annette Scheer, Marije de Wit, Kirsten Hutschemakers, Wilco Kwerreveld, Florus Groenewegen, Arwen Linnemann, Lutz Driessen, Sasja van der Zanden, Brigid Noone

A companhia Hotel Modern procura imaginar o inimaginável: o maior massacre da história, cometido numa cidade construída propositadamente para esse efeito.

Uma enorme maquete à escala do campo de concentração de Auschwitz enche todo o palco. Barracões superpovoados, uma linha-férrea, um portão com as palavras “Arbeit macht Frei” (O trabalho Liberta). Sessenta anos depois da sua desocupação, Auschwitz transformou-se num ícone negro da era moderna, uma catástrofe mítica, quase um conto de fadas. O que aconteceu ali é difícil de acreditar, por vezes até mesmo para aqueles que experimentaram aquele terror. Em Kamp, Hotel Modern procura reencenar a realidade histórica.

No palco, os actores, milhares de pequenas marionetas com de oito centímetros de altura, construídas à mão, representam os prisioneiros e os seus carrascos. Os manipuladores movem-se em cena como repórteres de guerra gigantes, filmando em directo os terríveis acontecimentos com câmaras em miniatura, e projectando-os em tempo real num grande ecrã, enquanto o público se converte em testemunha. Agora que os últimos testemunhos reais começam a desaparecer, a companhia considerou que devia fazer algo com as suas recordações.

Um dia e uma noite no campo de concentração de Auschwitz. Uma reconstituição sem cinismo nem exageros, trabalhos forçados, gaseamentos, fugas, execuções sumárias, cremação, com sobriedade, minúcia, concentração. Um trabalho de carácter documental e artístico, que coloca o espectador na qualidade de investigador. Tudo está à vista e aos “nossos ouvidos”: não há palavras, apenas o barulho do vento e os sons manuais amplificados por microfones forjam o realismo. Durante muito tempo depois do espectáculo, as imagens, ultrapassam a tradicional divisão entre documentário e ficção. Um espectáculo indispensável.


Auschwitz, à escala 1:20... Sobre o Holocausto há muitas obras, mas nenhuma que reproduza o destino dos prisioneiros enviados para campos de extermínio com o realismo de “Kamp”... Boa parte do espectáculo é de uma crueza extrema: doem os corpinhos de resina... comove a expressão dos seus rostos, revelada em primeiros planos a preto e branco. Felizmente, Hotel Modern deixa-nos respirar: ao anoitecer, enquanto os pássaros cantam e se acendem as luzes dos postes e dos edifícios, Auschwitz parece uma aldeia tranquila... É uma miragem: a câmara entra de improviso nos dormitórios colectivos, mostra centenas de corpos amontoados em três pisos... roncam e respiram pesadamente com o alento real dos seus manipuladores, recolhidos e ampliados por microfones.“Kamp” perturba e revolve as nossas entranhas, mas desperta-nos. Vale a pena entrar e exorcizar ali o pior do passado recente da velha Europa.
- Javier Vallejo, El País


An enormous scale model of Auschwitz fills the stage. Overcrowded barracks, a railway track, a gateway with the words "Arbeit Macht Frei". Hotel Modern attempts to imagine the unimaginable: the greatest mass murder in history, committed in a purpose-built city.
Sixty years after its evacuation, Auschwitz has become a dark icon of the modern era, a mythical catastrophe, almost a fairytale. What occurred there is difficult to believe, sometimes even for those who experienced it. In Kamp, Hotel Modern attempts to re-enact the historical reality.
The model of the camp is brought to life onstage: thousands of 3" tall handmade puppets represent the prisoners and their executioners. The actors move through the set like giant war reporters, filming the horrific events with miniature cameras; the audience becomes the witness.

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