O Grande Palco da Arte das Marionetas em Lisboa!



FIMFA Lx8
FESTIVAL INTERNACIONAL DE MARIONETAS E FORMAS ANIMADAS
13 a 25 de Maio de 2008


Cerca de 5 mil marionetas são esperadas no FIMFA Lx!

A Tarumba-Teatro de Marionetas realiza em Lisboa, de 13 a 25 de Maio, a 8ª edição do Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas – Fimfa Lx, com direcção artística de Luís Vieira. Um projecto artístico renovador e aberto a novas tendências, onde cerca de dezasseis companhias profissionais apresentarão algumas das suas mais recentes criações.

O FIMFA Lx afirmou-se desde 2001 como um espaço de programação contemporânea, inovadora e alternativa, que se desenrola a partir de critérios rigorosos de qualidade e reconhecido mérito artístico. É sustentado por um conjunto amplo de parcerias de programação e descentralização, apresentando as formas contemporâneas de teatro de marionetas para um público adulto, mas não esquecendo o seu contraponto com as mais tradicionais. Espectáculos que revelam técnicas ancestrais estarão aqui em confronto com linguagens inovadoras.

Estão previstas cerca de cem representações, envolvendo espectáculos de sala, de pequenas formas e de rua. É ainda desenvolvida uma componente laboratorial e experimental, que permite a aproximação e troca de experiências entre criadores, workshops destinados a profissionais, exposições, cinema, etc., num projecto de dimensão internacional que pretende promover e divulgar uma área específica de expressão artística: o universo das formas animadas.

O FIMFA Lx8 é desenvolvido em conjunto com várias entidades, destacando-se a parceria estratégica com a EGEAC, e as co-produções com o Teatro Maria Matos, o Museu da Marioneta e a Fundação Oriente, para além dos apoios e parcerias efectuados com o Centro Cultural de Belém, Inatel/Teatro da Trindade, Câmara Municipal de Lisboa, Embaixada Real dos Países Baixos, entre outros. No âmbito do seu programa de descentralização, o FIMFA Lx efectua ainda uma extensão ao Teatro Aveirense, em Aveiro, com o objectivo de difusão dos espectáculos do festival.

O FIMFA Lx persiste no seu desejo de revelar a diversidade e liberdade criativa das marionetas, permitir a descoberta desta arte milenar, popular, tradicional, mas que também soube abolir as fronteiras e as hierarquias com as outras artes, contribuindo para o teatro contemporâneo. Nunca a criação marionetística foi tão dinâmica e presente.

Espaço de tensão entre a tradição e a modernidade, a marioneta, encontra a sua justa matriz no mundo da arte contemporânea. Insubmissa, corrosiva, imaginativa, reivindicativa, sensual, cruel, revolucionária. Iremos comover-nos com os objectos e seres mais inusitados, que ganham vida, muitas vezes recolhidos no lixo urbano ou construídos com materiais mais nobres, madeira, tecido, metal... fragmentos do quotidiano, mas que falam às nossas consciências, de sentimentos, relações, política, guerra, violência ou amor...
Desenhado numa perspectiva de transversalidade artística, o FIMFA Lx desenvolve uma programação que integrará uma enorme diversidade de técnicas (sombras, objectos, manipulação directa, teatro visual, etc.) e propostas estéticas, estabelecendo ligações entre a marioneta, a dança, vídeo, circo, teatro, instalações plásticas... Uma cruzada pelo reconhecimento da arte das marionetas como um dos campos artísticos mais inovadores na criação.

Os espectáculos programados revelarão a múltipla utilização da marioneta nas artes cénicas de vários países, Reino Unido, Holanda, China, Índia, França, Espanha, Argentina, Bélgica e Portugal. Temas como a guerra, o amor, arte, a memória, a desigualdade social, entre outros, serão alvo de diferentes abordagens. A marioneta para apreender o mundo com um outro olhar.

Neste sentido, esperam-se dias de fruição e debates artísticos, para além de discussões criativas junto dos nossos espectadores. O FIMFA pretende continuar a revelar talentos e a implementar a discussão em torno da arte do movimento.

FIMFA Lx – 8 anos!
O Mundo, a Guerra e o Amor no grande palco do Teatro de Marionetas!

THE ARMATURE OF THE ABSOLUTE

Buchinger’s Boot Marionettes ( FR )







MUSEU DA MARIONETA
13, 14, 15 e 16 de Maio às 22h

DURAÇÃO
60 minutos

TÉCNICA
Marionetas de fios, objectos e máscaras

PÚBLICO-ALVO
Maiores de 12 anos

IDIOMA
Francês

ENCENAÇÃO, TEXTO, MÚSICA, CONSTRUÇÃO DE MARIONETAS E ACTOR-MANIPULADOR
Patrick Sims CENOGRAFIA E CONSTRUÇÃO, FIGURINOS, MARIONETAS E ACTRIZ-MANIPULADORA Mafalda da Câmara CENOGRAFIA E CONSTRUÇÃO, ADEREÇOS, MÁQUINAS E ACTOR-MANIPULADOR Richard Penny FIGURINOS, CONSTRUÇÃO DE MARIONETAS E ACRTIZ-MANIPULADORA Josephine Biereye ACTOR-MANIPULADOR Philippe Hauer DESENHO DE LUZ Julian Weare TÉCNICO DE SOM Oriol Viladomiu


A companhia Buchinger’s Boot Marionettes surpreende pela complexidade e perfeição das suas marionetas. O misterioso universo criado por este grupo é como um gabinete de curiosidades, uma sala de maravilhas – onde um ser ou um objecto extraordinário é substituído por outro, cada vez mais singular. Este mundo transitório contém todo o tipo de raridades criadas pela natureza e pelo homem. Têm especial presença as marionetas e artefactos feitos a partir de ossos, madeira, metal, plantas, insectos, bactérias, animais e cópias artificiais (embalsamadas, conservadas, antropomórficas, mecanizadas), ferramentas, instrumentos estranhos, tudo para iluminar, maravilhar e, simultaneamente, perturbar, provocar e causar horror. A mistura única de técnicas e de marionetas dos Buchinger’s Boot, a sua música orgânica, para além de belas e inquietantes imagens, têm encantado o público por toda a Europa, deixando-o impressionado, desconcertado e cativado.

Buchinger’s Boot Marionettes estreou The Armature of the Absolute a 1 de Novembro de 2007, em Barcelona, uma obra sobre Alfred Jarry, assinalando nesta data o centenário da morte do poeta, marionetista e fundador da Patafísica, inventor do Rei Ubu, grotesca marioneta humana, ávida de poder e dinheiro.

O espectáculo recria o seu peculiar universo, entre o simbolismo e o surrealismo, com inquietantes e únicas marionetas de fios, objectos e mecanismos que são activados por quatro hábeis manipuladores, eles próprios personagens com máscaras que, na sua maioria, têm a fisionomia das marionetas. A exigente manipulação e o ambiente sonoro colaboram para criar o clima apocalíptico que se respira.

Inspirado num estudo erudito sobre as diversas biografias de Jarry, numa firme compreensão da sua obra e um geral entendimento da Patafísica, o Colégio dos Patafísicos, as suas publicações e nos seus seguidores underground no ciberespaço, eternidade, ou lado nenhum - os Buchinger’s Boot Marionettes criaram um espectáculo único, singular e inesquecível.

Um espectáculo de marionetas verdadeiramente alucinante e a não perder!


Terrífico, surpreendente, surrealista e cómico... Peguem em David Lynch na fase “Eraserhead”, “O Estranho Mundo de Jack” de Henry Sellick e Tim Burton, juntem “Le Chien Andalou” de Bunuel e as pinturas negras de Goya. Agitem fortemente durante sessenta minutos e obtêm este espectáculo completamente louco... O espectáculo é sombrio e orgânico. Não é preciso procurar sentido em tudo, está cheio de emoções, de choques visuais, numa ambiência sonora catastrófica. Uma homenagem sagrada a Jarry.
- CH. L, Corse Matin


The universe created by Buchinger’s Boot is like a chamber of wonders, where one extraordinary object or being replaces another, each time more singular than before. This transient world contains all significant things and rarities created by both nature and man, where nothing human is alien. Particularly present are marionettes and sets made from bones, woods, metals, plants, insects, bacteria, animals and their artificial copies (stuffed, preserved, anthropomorphisized, mechanized)… tools, foreign instruments, all that enlightens, pleases and horrifies the eye. Such a collection points to a terror of classification where possibilities and combinations spiral into chaos, and the idea of enclosing nature in a closet becomes a parable for fragile interpretations, being and its foetuses.

The Armature of the Absolute is a work created to celebrate the 100th anniversary of the death of Alfred Jarry, poet, puppeteer and pataphysician. The premiere was in 1st November 2007 (centenary of poet’s death) at Barcelona.

Buchinger’s Boot unique blend of puppetry techniques along with their organic, circuit-bending soundtracks and beautifully disturbing images, have resonated in its audiences throughout Europe, often leaving them moved, shocked, bewildered and enthralled… don’t loose this special show.

RESUMO PROGRAMA

Na oitava edição do FIMFA Lx existem vários destaques que mostram o lugar cimeiro e inovador do teatro de marionetas e de formas animadas.

A abertura oficial decorrerá no Museu da Marioneta com a companhia Buchinger’s Boot Marionettes, que traz uma homenagem a Alfred Jarry. Um colectivo multinacional com um imaginário muito especial, que trabalha com marionetas e actores num universo excêntrico e peculiar, que surpreende pela complexidade e perfeição das suas marionetas: ossos, metal, madeira, plantas, insectos, bactérias, animais e cópias artificiais, completas, conservadas, antropomórficas, mecanizadas, ferramentas, instrumentos estranhos, tudo para iluminar, maravilhar e, simultaneamente, perturbar, provocar e causar horror. A mistura única de técnicas e de marionetas, a sua música orgânica, para além de belas e inquietantes imagens, têm encantado o público por toda a Europa, deixando-o impressionado, desconcertado e absolutamente cativado.
No Centro Cultural de Belém o grupo Hotel Modern volta pela segunda vez, após o grande êxito alcançado na edição anterior. “Kamp”, uma impressionante réplica do campo de concentração de Auschwitz, um apelo para que o brutal genocídio ali vivido não seja esquecido. Cerca de quatro mil marionetas de 8 centímetros de altura, representam os prisioneiros e os seus carrascos. Ordenando-os para a recontagem matutina ou fazendo-os trabalhar... Os actores movem-se pelo palco como repórteres de guerra gigantes, filmando em directo os terríveis acontecimentos e projectando-os em tempo real, enquanto o público se converte em testemunha. Ao ar livre e dirigido a todos os públicos dois projectos experimentais: um caleidoscópio gigante, uma maravilha visual e sensorial imperdível, explosão de luz, cores e formas psicadélicas num ambiente muito especial, o público viaja entre a surpresa, o êxtase, o bem-estar e a euforia, é o projecto “Kaleidoscopik Creature” da companhia Le Moulin aux Chimères, uma concepção do arquitecto Emmanuel Rannou, que desenvolveu várias experiências ao nível da óptica. Os holandeses Babok apresentam “Iglo”, no cruzamento entre uma exposição interactiva e uma performance de rua, dois singulares habitantes de uma estranha habitação e os seus curiosos animais mecânicos vivem agora no CCB. Uma curiosa instalação-espectáculo que aborda a alienação, a diferença e de como nos podemos adaptar, bem como as características especiais das pessoas.

O Museu do Oriente acolhe a companhia chinesa Quanzhou Marionette Troupe, a mais famosa companhia do mundo de marionetas de fios, considerada uma das maiores e melhores pela riqueza da sua tradição, manipulação e beleza das suas marionetas. É a orgulhosa detentora de um conjunto de práticas performativas, repertório, antigos instrumentos e de uma música específica para marionetas de fios, centenas de anos de uma herança cultural que a tornam um legado cultural único. Pela primeira vez em Portugal estarão 10 actores-manipuladores e oito músicos de instrumentos tradicionais chineses, para nos revelarem os segredos desta arte ancestral. De uma beleza estonteante, a perfeição de uma arte milenar de manipulação de excelência. A não perder.
Já que se fala de marionetas de fios, poderemos ainda ver a tradição das marionetas do Rajastão, uma das mais conhecidas da Índia, pelo indiano Prakash Bhatt, marionetísta de Jaipur, que pertence a esta famosa casta de marionetistas que transmitiram durante gerações os seus conhecimentos. A oportunidade única de observar de perto um dos grandes mestres indianos e as suas belas marionetas. O seu espectáculo mantém-se fiel à arte popular e tradicional de Kathputli, diferentes marionetas indianas (o malabarista, a dança do ventre, o mágico, o Marajá no seu cavalo, o encantador de serpentes...) surgem em diferentes danças, ao ritmo da música tradicional do Rajastão... mas atenção, pois este marionetísta irá também levar a sua arte às ruas de Lisboa.

No Teatro Maria Matos decorrerá o encerramento oficial do festival, mas antes poderemos ver a Cie du Petit Monde, com uma imaginativa ligação entre o teatro de objectos e a música, com instrumentos de culinária. Subitamente as saladeiras ganham vida, os rolos da massa começam a deslizar, a dançar. Estaremos a sonhar? Será que têm alma? O ritmo torna-se sincopado, a colher de madeira pega numa corda e converte-se num violoncelo, depois, em contrabaixo; a alienação das sertãs, em xilofones, nascidas de um estranho e heteróclito bazar que conta as suas pequenas histórias perante o olhar assombrado dos espectadores. É difícil resistir ao seu encanto, à sua presença, à sua estética, à sua nova utilização, à sua sonoridade e não deixar-se levar por este teatro de objectos com vida própria dentro de uma pequena cozinha musical que não deixa de surpreender. Absolutamente a não perder a internacionalmente aclamada companhia Pickled Image, com um peep show absolutamente hilariante e um espectáculo de teatro visual, “Houdini’s Suitcase”. As memórias de um velho aprendiz do grande Houdini revelam um macabro carnaval de estranhas, mas bonitas personagens, que aparecem para nos contarem a sua história – uma história de amor, perda, envelhecimento, infância, noites do circo e de guerra, complementadas por uma atmosfera e uma banda sonora muito especiais, um elenco de figuras singulares, máscaras e teatro de marionetas, comovente, pungente e cheio de um humor maravilhoso.

O Teatro da Trindade recebe a Cie Gare Centrale e Agnès Limbos, uma das maiores referências dentro do campo do teatro de objectos, com o espectáculo “Ô!”, com um pequeno toque sobrenatural que nos faz recordar ambientes misteriosos dos anos 50, um filme de Hitchcock... David Lynch... Agnès Limbos regressa e submerge-nos no seu universo selvagem e cómico, onde se diverte a reunir fantasia e realidade, tragédia e humor. Teatro de objectos a saborear com satisfação, entre interpretação, mimo e clown.
O festival é ainda composto por muitas outras experiências. No Museu da Marioneta poderá ainda ver a espantosa habilidade da argentina Valeria Guglietti, cujas hábeis mãos viajam por uma arte ancestral, as sombras com as mãos. Estamos perante uma obra de transformações e metamorfoses, os seus braços e mãos rapidamente se transformam num cisne, em duas serpentes ou até no E.T. Uma arte única, mantida apenas por uma mão cheia de indivíduos em todo o mundo, em que a combinação de mãos e dedos num ecrã branco podem contar um milhão de histórias.
São assinalados os vinte anos do Teatro de Marionetas do Porto com um espectáculo e um solo especial de João Paulo Seara Cardoso, “Capuchinho Vermelho XXX”, uma experiência de animação de objectos numa desconcertante adaptação, rigorosamente para adultos com sólida formação moral. João Calixto e Tiago Viegas trazem “As Pequenas Cerimónias”, numa noite de café curto e com cheirinho, uma trágica saga servida pelos próprios e as suas marionetas. É ainda de referir que no âmbito de promoção do trabalho desenvolvido por portugueses neste campo, surge a oportunidade de revelar os projectos que alguns desenvolvem no estrangeiro, muitos deles desconhecidos no nosso país, como o caso de Mafalda da Câmara (Buchinger’s Boot Marionettes) e José Pedrosa (La Cie du Petit Monde).
Umas das grandes surpresas será a apresentação dos franceses La Pendue, com um espectáculo inspirado nas marionetas de luva tradicionais, apoiados na personagem libertária e incontrolável do Velho Polichinelo, de uma forma nova, mas também com uma insolência e uma crueldade assombrosa, para além de uma manipulação absolutamente extraordinária, com uma cadência infernal, perseguições e corridas frenéticas, cenas de acção de cortar a respiração... capaz de rivalizar com um filme de Tarantino...

No C.A.Ma – Centro de Artes da Marioneta e depois do sucesso com a sua versão desenfreada do Capuchinho Vermelho, que esteve no FIMFA Lx6, Scopitone & Cie, dirigidos por Cédric Hingouët, apresentam novos números do seu projecto “Ze Patrècathodics”, duas pequenas formas para verem, de uma forma como nunca viram, histórias como as da “Pequena Vendedora de Fósforos” e “A Bela e o Monstro”. Peguem nos televisores dos vossos avós, e observem um divertimento absolutamente surpreendente, em cena atrás de um ecrã vazio acompanhado pelo playback do narrador em vinil, de voz nasalada e uma versão muito livre e pessoal de contos clássicos. De uma forma completamente louca, marota, com a ajuda de bonecas Barbie, de televisores dos anos 60, de gira-discos e de outros objectos vintage, Scopitone volta-se com ternura e poesia para os contos obsessivos da nossa infância, apresentados por um domador efeminado e uma apresentadora muito formal... Um universo absolutamente kitsch... Nas ruas de Lisboa e no C.A.Ma, a não perder a particularidade do trabalho da Cie de l’Auriculaire, “Mogrr?”... um universo povoado de seres muito estranhos manipulados por outro ainda mais peculiar... um pequeno conto visual, uma espécie de mostruário de monstros. Uma história entre sonhos e pesadelos, frágil e com humor... o instante de um frisson. Mogrr...

Realce ainda para as exposições patentes no Museu da Marioneta: “Dormitorium: Cenários Dos Filmes Dos Irmãos Quay”, 11 de Abril a 10 de Maio, em associação com a Monstra, uma extensa colecção de cenários e marionetas criados pelos britânicos irmãos Quay para os seus filmes e para algumas peças de teatro e ópera de cuja cenografia foram responsáveis. Num imaginário que funde Lewis Carrol com Luis Buñuel, passando por Franz Kafka e Jan Svankmajer. “Teatros de Papel: A Arte da Precisão”, colecção A Tarumba, Uma viagem ao universo mágico dos teatros de papel, verdadeiros teatros em miniatura, que possuíam inicialmente um carácter lúdico, sendo uma forma de os espectadores dos séculos XVIII, XIX e princípios do século XX, continuarem a desfrutar do prazer do espectáculo. No campo da formação Toni Rumbau volta ao festival, desta vez com um workshop sobre “A Linguagem do Teatro Popular de Marionetas: Repertório, Prática e Teoria”, onde revela alguns dos velhos segredos desta arte.

INFORMAÇÕES E RESERVAS


A Tarumba-Teatro de Marionetas
C.A.Ma – Centro de Artes da Marioneta
Convento das Bernardas
Rua da Esperança, 152 (Madragoa)
T. 21 242 76 21 info@tarumba.org
http://www.tarumba.org/


Museu da Marioneta
Convento das Bernardas
Rua da Esperança, 146 (Madragoa)
T. 21 394 28 10


Teatro Maria Matos
Av. Frei Miguel Contreiras, 52
T. 21 843 88 01


Centro Cultural de Belém
Praça do Império
T. 21 361 24 44

Museu do Oriente

Av. de Brasília, Doca de Alcântara (Norte) T. 21 358 52 44


Teatro da Trindade
Lgo. da Trindade, 7A
T. 21 342 00 00

Preços praticados de acordo com as bilheteiras de cada um dos locais de apresentação do FIMFA Lx8

Programa sujeito a alterações

Teatros de Papel: a Arte da Precisão

COL. A TARUMBA





MUSEU DA MARIONETA

15 de Fevereiro a 25 de Maio

Os Teatros de Papel, verdadeiros teatros em miniatura, possuíam inicialmente um carácter lúdico, sendo uma forma de os espectadores dos séculos XVIII, XIX e princípios do século XX, continuarem a desfrutar do prazer do espectáculo. A partir de folhas que continham os actores mais famosos da época, desenhados numa das suas poses mais características, evoluiu-se mais tarde para a impressão de tudo o que era necessário para em casa se poder representar um determinado espectáculo: o proscénio, os cenários, as várias personagens e, inclusive, um pequeno guião.

Nesta exposição estão sobretudo patentes teatros de papel atribuídos ao expoente máximo das edições alemãs, o famoso editor, Johann Ferdinand Schreiber, mas também exemplares do editor inglês Pollock, do dinamarquês Alfred Jacobsen, dos franceses Imagerie d’Epinal e dos espanhóis Paluzie e Seix & Barral, El Teatro de los Niños, para além de folhas com personagens, cenários e bocas de cena, pertencentes à colecção de A Tarumba-Teatro de Marionetas.

Aos seus criadores, inspirados pelas correntes artísticas e espectáculos teatrais da época, não faltou a inspiração para realizarem estas pequenas obras de arte que tiveram a sua grande difusão nos serões familiares do século XIX e inícios do século XX.

Mais do que um brinquedo, estes teatros desempenharam uma componente importante na formação do gosto pelo teatro. Verdadeiros modelos inspiradores na infância e adolescência de figuras como Oscar Wilde, Jane Austen, Charles Dickens, Hans Christian Andersen, Winston Churchill, Edward Gordon Craig, Lewis Carroll, Charlie Chaplin ou Orson Welles. Artisticamente influenciaram criadores como Diaghilev que se baseou num teatro de papel para a encenação de uma das suas produções. Laurence Olivier fez uma versão especial num teatro de papel da sua famosa produção cinematográfica de Hamlet, e quem não se recorda do filme de Ingmar Bergman, Fanny e Alexander, e do maravilhoso teatro de papel que nele figurava?

Os teatros de papel revelam ser um objecto artístico multidisciplinar de enormes potencialidades capaz de integrar as práticas artísticas e pedagógicas e criar um verdadeiro gosto pelo teatro e pela arte de representar.

São teatros autênticos, quando completamente montados, com bastidores, palco, teia, fosso de orquestra, cenários, luzes, actores de papel... O mundo fascinante de uma arte de precisão...

Toy Theatre Exhibition

A Tarumba-Teatro de Marionetas has a valuable collection of Toy Theatres, consisting of stage fronts, scenes and characters from 18th to the 20th centuries. In this exhibition there are toy theatres from the famous German publisher Johann Ferdinand Schreiber, the English publisher Pollock, the Danish Alfred Jacobsen, the French Imagerie d’Epinal and the Spanish Paluzie and Seix & Barral, El Teatro de los Niños, besides character, scenery and prosceniums sheets.More than a toy, these theatres inspired the childhood and adolescence of figures as Oscar Wilde, Jane Austen, Charles Dickens, Hans Christian Andersen, Winston Churchill, Edward Gordon Craig, Lewis Carroll, Charlie Chaplin or Orson Welles. Diaghilev based on a toy theatre for the stage of one of its productions, Laurence Olivier made a special version in a toy theatre of its famous cinematographic production of Hamlet and… who doesn’t remember the wonderful toy theatre that appeared on the Ingmar Bergman’s film, Fanny and Alexander? They are truly theatres, when completely assembled, with stage, backstage, orchestra, scenery, lights, paper actors… the fascinating world of a precision art…

Dormitorium: Cenários de Filmes dos Irmãos Quay

EM ASSOCIAÇÃO COM MONSTRA





MUSEU DA MARIONETA
11 de Abril a 10 de Maio

Com uma imaginação bizarra e delirante, os irmãos gémeos Timothy e Stephen Quay estão entre os animadores mais originais e incontornáveis da últimas décadas, criadores de um universo negro e surrealista que tem granjeado elogios de todos os quadrantes. Exímios manipuladores de marionetas, a que dão um tratamento individualizado e sem paralelo na história do cinema, são criadores de universos pessoais, abstractos e inesquecíveis.

A exposição Dormitorium – Cenários de Filmes dos Irmãos Quay mostra uma extensa colecção de cenários e marionetas criados pelos britânicos irmãos Quays para os seus filmes e para algumas peças de teatro e ópera de cuja cenografia foram responsáveis. É uma oportunidade única de ver em primeira mão os segredos de uma obra fascinante e perturbadora, com ecos de memórias de infância filtradas por uma sensibilidade muito própria. Uma viagem às matrizes de filmes tão incontornáveis como “Street of Crocodiles” ou “The PianoTuner of EarthQuakes”, num imaginário que funde Lewis Carrol com Luis Buñuel, passando por Franz Kafka e Jan Svankmajer.

Uma exposição que ilumina as sombras de uma obra única na história do cinema, Dormitorium tem congregado elogios e estupefacção nas mais importantes cidades europeias e foi trazida para Portugal pela associação de esforços da EGEAC/Museu da Marioneta e de dois Festivais da cidade dedicados ao universo da animação e manipulação: a Monstra – Festival de Animação de Lisboa e o FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas.

Film décors of the Quay Brothers

The exhibition Dormitorium: Quay Brothers Film Décors of the Quay Brothers brings to the Puppet Museum, in Lisbon an extensive collection of sets and puppets created by the British Quay brothers for their films and for some plays and operas. It is a unique opportunity to see in first hand the secrets of a fascinating and disturbing work that conveys childhood memories filtered by a very particular sensibility. A journey to such important films as Street of Crocodiles or The PianoTuner of EarthQuakes, within an imaginary world that combines Lewis Carrol with Luis Buñuel, Franz Kafka and Jan Svankmajer. An exhibition that sheds light into the shadows of an unique work in the history of film, “Dormitorium” has been applauded and received in awe in some of the major European cities, and is now brought to Portugal thanks to the joint efforts of EGEAC/Museu da Marioneta and of two Festivals dedicated to the universe of animation and puppetry: the Monstra – Festival de Animação de Lisboa and the FIMFA Lx – Festival Internacional de Marionetas e Formas Animadas.

Marionetas no Chiado

COL. A TARUMBA

MARIONETAS Luís Vieira

MONTRA LOJAS CHIADO
13 a 25 de Maio

Desde 2004 que o FIMFA Lx anima a zona do Chiado com marionetas nas lojas... descubra-as...

Cai o pano. Ali ficam (...) as personagens que desfilaram (...). Agora permanecem quietas e silenciosas. Apenas os seus rostos parecem conservar animação e um sopro de vida. Nos seus olhos parece brilhar uma luzinha de inteligência.
Em que pensarão as marionetas quando ficam sós? Que segredos contarão?
- Sebastián Gasch

Puppets in Chiado - Exhibition

Since 2004 that FIMFA Lx animates Chiado with puppets in stores... just find them…

Rotas de Polichinelo - A Linguagem do Teatro Popular de Marionetas: Repertório, Prática e Teoria

TONI RUMBAU (ES)

MUSEU DA MARIONETA
20 a 23 de Maio das 16h às 20h

ORIENTAÇÃO Toni Rumbau DESTINATÁRIOS Marionetistas e actores NÚMERO DE PARTICIPANTES 15 CUSTO 75 € IDIOMA Espanhol DATA LIMITE DE INSCRIÇÃO 17 de Maio (Sábad0) CONFIRMAÇÃO E PAGAMENTO DE INSCRIÇÃO 18 de Maio (Domingo)

A INSCRIÇÃO NO WORKSHOP É REALIZADA ATRAVÉS DO PREENCHIMENTO DA FICHA DE INSCRIÇÃO, SOLICITADA VIA TELEFONE (212 427 621 / 91 428 81 36) OU POR E-MAIL (ruteribeiro@tarumba.org), À QUAL DEVERÁ SER ANEXADO UM CURRÍCULO RESUMIDO.

O que é o Teatro de Marionetas Popular?
Um teatro de síntese, basicamente.
No que é que isso consiste?
Em dizer o máximo com o mínimo.

Toni Rumbau coloca a sua experiência de 30 anos como marionetista ao serviço desta ideia, baseando-se nas tradições marionetísticas europeias e, muito especialmente, mediterrânicas. Polichinelo, Titella, Pulcinella, Critobitas, Polichinelle, Punch, Guignol, Dom Roberto, Aragosi, Karagoz... A Cachiporra - a moca, a Lengüeta - a Palheta, o Retábulo - a Barraca, as rotinas, a cenografia, as histórias... O mundo das marionetas populares, os seus segredos, as suas personagens, as suas técnicas e estilos diferentes, os seus marionetistas e as suas mitologias particulares.

PLANO DO WORKSHOP:
Introdução visual, histórica e teórica por Toni Rumbau: exemplos práticos com marionetas, imagens, etc. Dramaturgia do teatro popular de marionetas. Percurso histórico (a família europeia dos Polichinelos, Karagoz, o Aragosi egípcio....). Uma dramaturgia de síntese. O repertório: as principais linhas argumentais. A moca: poética e prática. A palheta: construção e prática. As marionetas e a cenografia. O retábulo. A preparação. Exercícios dos participantes: elaboração de pequenos sketches com marionetas.

Este workshop destina-se especialmente a marionetistas e a actores ou a interessados por esta temática. Os participantes devem trazer as suas próprias marionetas de luva.

A workshop led by an eximous puppeteer, Toni Rumbau, about the popular puppet theatre, traditions, manipulation, theory. Toni Rumbau places its experience of 30 years as a puppeteer to the service of this idea, based on the European puppet traditions and, especially, Mediterranean. Polichinelo, Titella, Pulcinella, Critobitas, Polichinelle, Punch, Guignol, Dom Roberto, Aragosi, Karagoz… The slapstick, the swazzle, the booth, the routines, the ornaments, histories… The popular puppet world, its secrets, its characters, its techniques and different styles, its puppets and its particular mythologies.

TOC-TOQUE

La Cie du Petit Monde (FR)



TEATRO AVEIRENSE
(Aveiro)
27 de Maio às 10h30

DURAÇÃO 45 minutos
TÉCNICA
Teatro de objectos
PÚBLICO-ALVO
Maiores de 8 anos

IDIOMA
Sem Palavras


CONCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO
José Pedrosa e Jean-Christophe Luçon ENCENAÇÃO Marc Brazey MÚSICA Jean-Christophe Luçon LUZ Nicolas Guellier SOM Eric Clet


Toc-Toque: teatro de objectos numa cozinha musical. Toc-Toque nasceu do encontro entre duas formas de expressão: o teatro de objectos e a música. Toc-Toque: uma cozinha musical onde os músicos manipulam os utensílios que ali se encontram para criarem melodias com eles.

A cozinha, praça-forte das nossas casas, é habitada por inumeráveis objectos: companheiros de armas dos trabalhos domésticos ou prolongamentos dos nossos desejos de bem-estar, que marcam a nossa vida quotidiana. Impregnados pela sua presença, a sua estética, a sua utilização, as suas sonoridades, olhamos e escutamos as suas pequenas histórias... a sua pequena cozinha!

Subitamente as saladeiras ganham vida, os rolos da massa começam a deslizar, a dançar. Estaremos a sonhar? Será que têm alma? O ritmo torna-se sincopado, a colher de madeira pega numa corda e converte-se num violoncelo, depois, em contrabaixo; a alienação das sertãs, em xilofones, nascidas de um estranho e heteróclito bazar que conta as suas pequenas histórias perante o olhar assombrado dos espectadores.

É difícil resistir ao seu encanto, à sua presença, à sua estética, à sua nova utilização, à sua sonoridade e não deixar-se levar por este teatro de objectos com vida própria dentro de uma pequena cozinha musical que não deixa de surpreender. Sonoridades jazísticas, latinas, asiáticas e contemporâneas... Imprescindível!

La Compagnie du Petit Monde foi criada por Marc Brazey em 1987. O seu objectivo é a criação e a apresentação de espectáculos de teatro de marionetas por todo o mundo, apresentando-se regularmente em vários festivais internacionais. Para além das suas próprias criações, programam no seu teatro durante todo o ano outras companhias dirigidas ao público jovem. Realizam também ateliers de teatro e de marionetas dirigidos ao público infantil, adolescente e adulto. Organizam ainda o Festival Confluences. Esta companhia integra ainda um português entre os seus membros principais, José Pedrosa, um dos responsáveis pela concepção e interpretação de Toc-Toque.

Dois cozinheiros, entre caçarolas e tachos, elaboram minuciosamente uma receita rítmica excelente... O menu melódico propõe o encontro entre uma torradeira-marimba e duas cafeteiras-maracas. Na lista encontramos igualmente o amor sibilante de três fervedores eléctricos e de um caixote do lixo-gongo. Enfim, a surpresa do chefe que reinventa a dança dos pequenos pães de Chaplin... Conchas, panelas, tachos, é a volta ao mundo em 80 utensílios a ferver de recursos e de imaginação. Marc Brazey orquestra de uma forma saborosa os seus dois músicos-marionetistas indiscretos numa encenação com ambientes sonoros variados. Por vezes jazístico, como quando o espaguete colado ao fundo do tacho se transforma em contrabaixo, outras vezes asiático, quando frigideiras, e outros recipientes se transformam num gamelão – o conjunto instrumental de percussão que acompanha os espectáculos de sombras da Indonésia.Brincando com os talheres como electrodomésticos, José Pedrosa e Jean-Christophe Luçon mergulham-nos numa cozinha gastronómica de ferro fundido e de aço. E nesta cozinha nada é poupado, da louça ao pequeno-almoço, eles tiram todo o repertório de possibilidades acústicas existentes. Incontestavelmente, esta nova cozinha, deliciosa e pertinente, faz viver as marionetas-recipientes, e leva-nos a saborear o mundo com os olhos de uma criança. - Elsa Mingot, evene.fr

Place a dancer and a few musicians together. Let them play with objects and sounds, put a good director on the job and a marvellous performance is born. All materials and objects have sound and become music in the hands of these theatre makers. The music is jazzy, latino, asian and contemporary. The kitchen plays an important role in our homes, it is inhabited by numerous objects: some act as a sort of domestic comrade-in-arms, others are expressions of our desire for well-being; all of them punctuate our daily lives. Closely connected as we are to their presence, appearance and use – we can also imagine a world in which they are masters of their own functions, have their own personalities, communicate using sound and movement, have their own relationships. This is the story of the hidden life within our kitchens. The show engages the audience in the daily life of a kitchen, from dawn until dusk, portraying those items that we know so well, as we watch them become our heroes for a day. The instrumental “language”, created by two musician-puppeteers, draws us into a world in which the ordinary is extraordinary. This company made a brand new repertoire with this performance which has been seen already everywhere. A splendid performance made with a lot of musical humour.

NÃO TOQUEM NAS MINHAS MÃOS

Valeria Guglietti (AR)



MUSEU DA MARIONETA Claustro
13 de Maio às 23h30


DURAÇÃO
20 minutos
TÉCNICA
Sombras
PÚBLICO-ALVO
Para todos
IDIOMA
Sem palavras

CRIAÇÃO E ACTRIZ-MANIPULADORA Valeria Guglietti

Uma arte única, em que a combinação de mãos e dedos num ecrã branco podem contar um milhão de histórias, mantida apenas por uma mão cheia de indivíduos em todo o mundo: as Sombras com as Mãos. A fantástica evolução da normal sombra, num criativo espectáculo, complementado por música e efeitos sonoros. Uma reminiscência de antigos serões familiares e de espectáculos de magia do século XIX...

Um espectáculo em que as sombras chinesas se encontram com o cinema mudo, as marionetas, o humor e a música para criarem uma colecção de histórias cheias de humor que fascinam todo o tipo de públicos.

Valeria Guglietti é uma eximia “marionetista de sombras feitas com as mãos”. As suas mãos adquiriram uma enorme destreza a partir dos estudos de piano na sua infância e juventude, executando os seus espantosos números com uma vitalidade incrível, demonstrando a agilidade impressionante dos seus dedos. Com estes, consegue imitar todos os tipos de criaturas e insuflar-lhes vida. Conta pequenas histórias com grande habilidade e o público fica espantado com o seu espectáculo e a sua maravilhosa técnica. Há uma grande fascinação quando as sombras das mãos de Valeria se transformam subitamente numa criatura viva.

E entre os distintos blocos de histórias, Valéria ainda nos surpreende com um repertório de números clássicos desta técnica especial do teatro de sombras, como o coelho, o cão que fala, o senhor do chapéu, os dois macacos que falam, discutem e acabam beijando-se, o cisne, o pássaro que voa, e muitos outros que figuram nos livros, mas que ninguém consegue fazer por muito que se esforce. Pois bem, todos esses números são realizados com uma surpreendente naturalidade, sinal inequívoco da sua mestria.

From the beginning of time man has coexisted with his shadow. He began playing with his hands drawing ephemeral forms. Then the Chinese turned these shadows into an art form which has been spread all over the world. With a simple contrast of light and shadow, Valeria Guglietti depends on the wondrous capacity of her hands to create this show, a Chinese shadows spectacle where silent film, puppets, comics and music transport us to a magical world where we can enjoy her stories and characters to the fullest.

LA BELLE ET LA BETE

Scopitone & Cie (FR)



C.A.Ma - Centro de Artes da Marioneta

13 de Maio às 24
14 e 15 de Maio às 23h

DURAÇÃO
15 minutos
TÉCNICA
Teatro de objectos
PÚBLICO-ALVO
Maiores de 10 anos
IDIOMA
Françês
LOTAÇÃO LIMITADA
CRIAÇÃO E ENCENAÇÃO Cédric Hingouët INTERPRETAÇÃO Didier Lahaye

Cédric Hingouët e a sua companhia Scopitone estão de volta, após o sucesso da sua versão “desenfreada” do Capuchinho Vermelho, que esteve no FIMFA Lx6. Agora com novos números incluídos neste ciclo intitulado “Ze Patrècathodics”... Um divertimento absolutamente surpreendente em cena no interior de um televisor acompanhado pelo playback do narrador em vinil, de voz nasalada e uma versão muito livre e pessoal de contos clássicos.

Duas histórias que narram de uma forma inesperada, para um punhado de espectadores, dois bestsellers internacionalmente conhecidos, A Bela e o Monstro e A Pequena Vendedora de Fósforos apresentados por manipuladores incomuns sob a forma de performances televisivas para marionetas “desconjuntadas”, de uma forma completamente louca, com a ajuda de bonecas Barbie, de televisores dos anos 60, com gira-discos, a 45 rotações, e de outros objectos vintage, Scopitone volta-se com ternura e poesia para os contos obsessivos da nossa infância.

La Belle et la Bête: uma performance televisiva para marionetas datadas e um domador efeminado.

MONSTRO, fisicamente "agradável", desportivo, com uma boa situação, tem gosto por certas músicas (45 rotações), jardinagem (rosas), marionetas. BELA, afectuosa, sensual, sincera, cortês, séria, fiel, submissa, têm interesses comuns pela vida em castelos e mais afinidades! Discrição assegurada. Resposta para Scopitone & Cie, em Lisboa.

No programa… contos do repertório clássico. “A Bela e o Monstro”,.... “A Pequena Vendedora de Fósforos”... E não vamos dizer mais nada. Apenas um conselho: olhem bem cada objecto, estiquem as vossas orelhas, abram os vossos olhos, observem um trabalho executado ao milímetro, com uma colecção cuidadosa de objectos de culto, de símbolos, de cores... não se esqueçam de nada, é todo um mundo ressuscitado durante o tempo do espectáculo. Deixem as crianças com a ama, não têm grande coisa a fazer aqui, não ficarão seriamente chocados, mas o seu universo aqui amadureceu... - Karagöz.

The French company Scopitone&Cie presents new versions of their Ze Patrècathodics cycle… An absolutely surprising amusement in the interior of an old television, followed by the playback narrator, in vinyl record, with a nasal voice and a very free and personal version of old classic stories. Two known internationally bestsellers, The Beauty and the Beast and The Little Match-Seller, are presented by two uncommon performers, in a completely mad and naughty way, with the help of Barbie dolls, televisions from 60s, old pickups and other vintage objects... The result it’s an old-fashioned TV clip with kitsch humour… A must!

LA P'TITE MARCHANDE D'ALLUMETES

Scopitone & Cie (FR)



C.A.Ma - Centro de Artes da Marioneta

13 de Maio às 24
14 e 15 de Maio às 23h

DURAÇÃO
15 minutos
TÉCNICA
Teatro de objectos
PÚBLICO-ALVO
Maiores de 10 anos
IDIOMA Françês
LOTAÇÃO LIMITADA

CRIAÇÃO E ENCENAÇÃO Cédric Hingouët INTERPRETAÇÃO Nathalie Le Flanchec


Peguem no televisor do vosso avô.
Esvaziem-no e cuidado para não partirem o vidro.
Arranjem-no ouvindo uma história popular.
Convidem um animador ágil e as suas peculiares marionetas.
Coloquem tudo num universo ao estilo Abbé Pierre.
ABRACADABRA
Repitam esta fórmula 4 vezes.
ZE PATRECATHODICS estão lá e esperam-nos nas suas caravanas para vos fazerem descobrir a televisão do papá.

La P'tite Marchande d’Allumettes: uma performance televisiva para marionetas datadas e uma apresentadora afectada. Nunca mais veremos este conto da mesma forma...

É Natal,
Os vendedores vendem castanhas, lagostas, vinis, vinho, perus, cigarros, grinaldas..
Agora os fósforos... Insiste rapariga!

Um universo absolutamente kitsch provoca-nos sobre o terreno de uma suave loucura que faz bem... Sigam as instruções... Il était une fois...

MOGRR...

La Cie de l’Auriculaire (FR)



LGO. DO CHIADO RUA GARRET
15 e 16 de Maio às 19h

C.A.Ma - Centro de Artes da Marioneta

15 e 16 de Maio às 23h30

DURAÇÃO
20 minutos
TÉCNICA
Marionetas e máscaras
PÚBLICO-ALVO
Para todos
IDIOMA Sem palavras

CONCEPÇÃO, MARIONETAS E ACTOR-MANIPULADOR Julian Aillet COLABORAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DE MÁSCARAS Michael Sarunac

Mogrr...?

Não é a estranha personagem que empurra um surpreendente carro, como um improvável vendedor de gelados. Também não é o nome de um dos quatro pequenos monstros que vivem e trabalham como ele neste minúsculo e degradado retábulo de feira. Eles são Crado, a besta sem olhos, Thérèse, a bonita dançarina ciclope, Beutral, o cómico de pano e Gaby, fundo de uma gamela de circo. Não, não, Mogrr é o patrão, o pequeno Monsieur Loyal, que, à força de abusar da sua autoridade, toma-se por um ogre exigindo o inaceitável.

Não há nenhum vestígio do linguajar e fúria “guignolesca”, esta história vem da extremidade dos dedos... indo ao encontro de Monsieur Hulot, numa postura ingénua e curiosa. Uma forma de estar, um olhar. Presença de monstros, provocadora e surpreendente, testemunho burlesco e terno da humanidade. Porque o conto, aqui ou noutro lugar, é um pretexto para se compartilhar um momento...

É um pequeno conto visual, uma espécie de mostruário de monstros. O reencontro com um visitante de um outro sonho, dos que vivem sobre as nossas camas: um apresentador de seres turvados. Uma história entre sonhos e pesadelos, frágil e com humor... o instante de um frisson. Mogrr...

Queria que “Mogrr…” fosse uma pequena coisa, um sonho que possa libertar-se dos muros do teatro e do texto, um espectáculo mudo e intimista que possa dizer muito, com pequenos nadas, falar ao coração sem nada demonstrar. Um espectáculo ritmado por pequenas caixas de música... - Julien Aillet

Mogrr…? Its not the strange character that pushes a strange car, as an improbable ice-cream salesman. It is not the name of one of the four small monsters that live and work with him. They are Crado, the beast without eyes, Thérèse, the cyclope beautiful dancer, Beutral, the comic and Gaby. No, No, Mogrr is the boss, the little Monsieur Loyal, that demands the unacceptable. A small visual story, like a monsters cabinet… A story between dreams and nightmares, sad and with humour… Mogrr…

KALEIDOSCOPIK CREATURE | CRIATURA CALEIDOSCÓPICA

Le Moulin aux Chimères (FR)







CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Jardim das Oliveiras
16 de Maio das 10h30 às 12h30 das 14h às 16h das 20h às 21h
17 e 18 de Maio das 14h às 19h


DURAÇÃO DE CADA SESSÃO
15 minutos (cada sessão)
TÉCNICA
Manipulação de luzes e de objectos
N.º MÁXIMO DE ESPECTADORES
30
PÚBLICO-ALVO
Para todos
IDIOMA
Sem palavras
LOTAÇÃO LIMITADA

Em Parceria com o Centro de Pedagogia e Animação
Centro Cultural de Belém

CONCEPÇÃO E ENCENAÇÃO
Emmanuel Rannou PERFORMERS Emmanuel Rannou e Benjamin Georges MÚSICO Stephane Holweck


Um caleidoscópio gigante... uma maravilha visual imperdível.
Explosão de luz, cores e formas psicadélicas num ambiente especial, rodeado de imagens vivas e poéticas.

O público é convidado a instalar-se no interior de um curioso casulo, como uma nave espacial, a spaceship... as luzes apagam-se... ficamos submergidos no coração da escuridão. Quando as cortinas se abrem um novo universo se revela aos nossos olhos... Vivemos agora o aparecimento da luz, a eclosão do som e o desdobramento de uma estranha criatura. Absorvidos por múltiplas metamorfoses, viajamos entre a surpresa, o êxtase, o bem-estar... um universo onde as imagens e os sons parecem ser desenhados e orquestrados por mãos invisíveis.Bem-vindos à spaceship!

... Venha descobrir esta maravilha visual. O Kaléidoscope é uma criação alucinante de Emmanuel Rannou... Concebeu um espectáculo incrível... Explosão de luzes, de cores e de formas psicadélicas ao som de música electrónica. Parece que estamos no interior de um videoclip. Quase que esquecemos a performance do manipulador atrás de tudo isto... Entre a performance visual e o teatro de imagens, o Kaléidoscope faz parte desses espectáculos que devemos ver ao menos uma vez na vida. - Marmaille

A giant kaleidoscope… a visual marvellous wonder that you cannot lose!An outburst of light, colours and psychedelic forms will take place in a very special environment, surrounded by lively and poetic images. The audience is invited to settle down in the interior of a peculiar cocoon, like a spaceship ... the lights are turned off ... we are submerged in heart of darkness. When the curtains open, a new universe appears in front of our eyes... The appearing of the light, the breakout of the sound and the unfolding of a strange creature. Multiple metamorphoses take us travelling between surprise and well-being ... a universe where images and sounds seem to be drawn and organized by invisible hands.


IGLO

Babok (NL)





CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Jardim das Oliveiras
16 de Maio das 14h às 16h30
17 e 18 de Maio das 15h às 17h30

DURAÇÃO
Aprox. 1
50 minutos
TÉCNICA
Teatro de objectos
PÚBLICO-ALVO
Para todos
IDIOMA
Sem palavras

Em Parceria com o Centro de Pedagogia e Animação Centro Cultural de Belém


CONCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO Carina de Wit e Guido Bevers FOTOGRAFIA Renèden Engelsman

IGLO é o primeiro projecto da companhia Babok.
O cruzamento entre uma exposição interactiva e uma performance de rua.

Apresenta dois habitantes de uma simples e pequena habitação.
Na rua estas duas figuras parecem estar fora do seu lugar com os seus animais mecânicos e estranhos hábitos.
Parece que eles querem ficar neste ambiente “não familiar”.

Uma pequena casa com uma pequena cúpula, que age como uma escultura iluminada e uma peep box teatral. A sua aparência impressionante cria um grande contraste com o que a rodeia, mas ao fim de algum tempo começa a fazer parte do ambiente. Pode ser colocada perto de um edifício ou ser construída à volta de uma árvore. O público que passa decide por si próprio se deve espreitar o espaço privado dos seus habitantes. O que estão ali a fazer? Posso entrar? Quando virão cá fora? Quanto tempo vão ficar? Para satisfazer a nossa curiosidade, significa que temos de arriscar...

Babok cria teatro visual e de objectos representado de uma forma absurda. Apresentam-se no espaço público com uma linha muito ténue entre os intérpretes e o público.

A companhia Babok, criada em 2005, é a aventura de dois actores, cenógrafos, artistas plásticos e encenadores, Carina de Wit e Guido Bevers. Ambos têm experiência no teatro de objectos e de rua. Pertenceram ao grupo de teatro visual Warner & Consorten durante vários anos. Actuaram em vários festivais internacionais e têm colaborado com diferentes artistas à volta do mundo. Com esta experiência, decidiram começar a projectar um novo teatro para o espaço público. Projectos de pequena escala, acessíveis a todos. Apresentados na realidade existente, na vida e nos ambientes diários das pessoas. O espaço público está cheio de todos os tipos de regras (invisíveis). De que forma são as pessoas condicionadas? É possível criar novas regras ou pelo menos alterá-las? Esperam que pelo menos os que passam distraídos sintam algo...

Iglo is Baboks first project. A crossover between an interactive exhibition and a street performance. A small domed little house, which acts as an illuminated sculpture and theatrical peep box. It features two inhabitants of a simple, small building. In the streets these two figures seem out of place with their mechanical animals and odd habits. It appears that they want to settle in this “unfamiliar” environment. The performance looks at alienation and how to adapt, as well as the particular characteristics of people. Iglo is presented as an installation. This striking appearance forms a big contrast with its surroundings, but at the same time starts to fit in with it. It can be stuck to a church, build around a tree or placed against an office building. The audience members and people passing by decide for themselves to have a peep inside the private space of the inhabitants. What are they doing there? Can I enter? When will they come outside? How long will they be staying? To satisfy your curiosity means to take a risk.

MARVELLOUS BOX OF PEEPS & DELIGHTS

Pickled Image (UK)



TEATRO MARIA MATOS
20 e 21 de Maio às 21h30 e 23h

DURAÇÃO
20 minutos
TÉCNICA
Mista

PÚBLICO-ALVO
Maiores de 12 anos

IDIOMA
Sem Palavras


IDEIA, CRIAÇÃO, ENCENAÇÃO E MANIPULAÇÃO Victoria Andrews e Dik Downey

O que estará dentro da maravilhosa Box of Peeps & Delights?
Apenas você pode descobrir…

Um pequeno espectáculo com a nostalgia das coisas belas, mas marotas, dos anos 50.

Espreite pelo buraco atrás da misteriosa cortina para descobrir um maravilhoso mundo cheio de marionetas, animação e tesouros escondidos. Pickled Image apresenta uma série de quadros marionetísticos que descrevem várias cenas, espreite e pode ver Dolores the Divine! A não perder...!

É uma admirável evocação dos dias dos artistas ambulantes, muito elegante. Dik Downey encoraja-nos a “Roll Up! Roll Up!” Apanhe a sua vez para espreitar a caixa. “Venham rapazes, aqui está a vossa oportunidade para verem uma mulher a sério!”, grita, e para as raparigas: “Não gostava de ter o charme dela?” É claro que parte da graça está em ver a reacção da audiência... que colapsa em gargalhadas, quando espreita pelo pequeno buraco para Dolores the Devine, uma bonita marioneta, com uma certa idade, que já foi sem dúvida há muitos anos a mais bela do baile, só que agora está um pouco encarquilhada e gasta, mas que ainda ali está, depois deste tempo todo, abanando-se e provocando. Como num bom espectáculo de marionetas, está ali tudo em detalhe - Dolores the Devine é uma criatura deliciosa e eu gostei especialmente dos seus mamilos com rouge, do colar de pérolas e do cigarro pendurado nos seus lábios. - Dorothy Max Prior, Animations

What’s inside the marvellous box of peeps & delights?
Only you can find out…Gaze through the peephole behind the curtain of mystery to discover a beautifully crafted world of puppets, animation and hidden treasures. Pickled Image present a series of puppet tableaux depicting various scenes, peek through the key hole and you may see Dolores the Divine!

ANARKELI

Prakash Bhatt (IND)



MUSEU DO ORIENTE

21, 22 e 23 de Maio às 22h15

24 de Maio às 12h30 25 de Maio às 17h30

PÇ. LUÍS DE CAMÕES

21, 22 e 23 de Maio às 18h


DURAÇÃO
20 minutos
TÉCNICA
Marionetas de fios
(marionetas tradicionais do Rajastão)

PÚBLICO-ALVO
para todos
IDIOMA
Sem Palavras


ACTOR-MANIPULADOR
Prakash Bhatt


A tradição das marionetas do Rajastão, uma das mais conhecidas na Índia. Uma arte ancestral e internacionalmente reconhecida. A oportunidade única de observar de perto um dos grandes mestres indianos e as suas belas marionetas.

O Kathputli, que no idioma hindi significa literalmente “marionetas que dançam”, é a arte das marionetas de fios da província do Rajastão. A sua origem remonta muito provavelmente ao século VIII, no seio dos Bhatt, casta de marionetistas e músicos do Rajastão, com o objectivo de entreter os Marajás, uma vez que a caça e os combates já não eram suficientes para os divertirem. A sua popularidade foi crescendo, realizando-se os seus espectáculos em mercados, escolas, aldeias...

Tradicionalmente, são as mulheres que pintam os seus rostos e confeccionam o seu guarda-roupa, os homens constroem as cabeças em madeira, normalmente de madeira de mangueira, e manipulam as marionetas, de um modo geral, através de um único fio, fixado numa das suas extremidades, no alto da cabeça e, a outra, na cintura. Um dos factores mais interessantes e curiosos é o linguajar característico dos marionetistas, produzido por articularem os sons através de uma espécie de “palheta” (com um efeito similar à dos nossos Robertos ou do Punch), feita de um pequeno pedaço de bambu e de pele, chamada de boli. A utilização de assobios estridentes cria uma dinâmica e uma alegria especial à sua actuação.

O espectáculo de Prakash Bhatt mantém-se fiel à arte popular e tradicional de Kathputli, diferentes marionetas indianas (o malabarista, a dança do ventre, o mágico, o Marajá no seu cavalo, o encantador de serpentes...) surgem em diferentes danças, ao ritmo da música tradicional do Rajastão, que irão fascinar pela sua força e autenticidade...

The Kathputli which literally means in Hindi “dancing Puppets”, is the string puppets art from Rajasthan area in India.
It was initially conceived around the 8th century by the Bhatt family, which was a Rajasthan puppeteer and musician cast. They played this show in order to entertain the Maharadjah, who was getting bored with hunting and battles.
In this show, which remains faithful to the traditional and popular art called Kathputli, various Indian puppets (juggle, magician, Maharadjah on his horse, snake charmer) follow one another, dancing on Rajasthan traditional music rhythms.Prakash Bhatt, puppeteers master from Rajasthan belongs to this famous puppeteers caste which transmit their know-how for many generations. In love with his art, he hopes to perpetuate and pass on to a large audience (adults and children) who will be under the spell of this strong and genuine ancestral art.

KAMP

Hotel Modern (NL)



CENTRO CULTURAL DE BELÉM
Pequeno Auditório
15, 16 e 17 de Maio às 21h

18 de Maio às 16h

DURAÇÃO
60 minutos

TÉCNICA
Mista

PÚBLICO-ALVO
Maiores de 8 anos

IDIOMA
Sem palavras


Espectáculo apresentado em parceria com o CCB


REALIZADORES E ACTORES
Arlène Hoornweg, Pauline Kalker, Herman Helle CONCEITO DE SOM Ruud Van der Pluijm TÉCNICOS Edwin van Steenbergen, Marcel Lugtenborg ASSISTENTES DE CENOGRAFIA E CONSTRUÇÃO DE MARIONETAS Stefan Gross, Dirk Vroemen, Cathrin Boer, Heleen Wiemer, Annette Scheer, Marije de Wit, Kirsten Hutschemakers, Wilco Kwerreveld, Florus Groenewegen, Arwen Linnemann, Lutz Driessen, Sasja van der Zanden, Brigid Noone

A companhia Hotel Modern procura imaginar o inimaginável: o maior massacre da história, cometido numa cidade construída propositadamente para esse efeito.

Uma enorme maquete à escala do campo de concentração de Auschwitz enche todo o palco. Barracões superpovoados, uma linha-férrea, um portão com as palavras “Arbeit macht Frei” (O trabalho Liberta). Sessenta anos depois da sua desocupação, Auschwitz transformou-se num ícone negro da era moderna, uma catástrofe mítica, quase um conto de fadas. O que aconteceu ali é difícil de acreditar, por vezes até mesmo para aqueles que experimentaram aquele terror. Em Kamp, Hotel Modern procura reencenar a realidade histórica.

No palco, os actores, milhares de pequenas marionetas com de oito centímetros de altura, construídas à mão, representam os prisioneiros e os seus carrascos. Os manipuladores movem-se em cena como repórteres de guerra gigantes, filmando em directo os terríveis acontecimentos com câmaras em miniatura, e projectando-os em tempo real num grande ecrã, enquanto o público se converte em testemunha. Agora que os últimos testemunhos reais começam a desaparecer, a companhia considerou que devia fazer algo com as suas recordações.

Um dia e uma noite no campo de concentração de Auschwitz. Uma reconstituição sem cinismo nem exageros, trabalhos forçados, gaseamentos, fugas, execuções sumárias, cremação, com sobriedade, minúcia, concentração. Um trabalho de carácter documental e artístico, que coloca o espectador na qualidade de investigador. Tudo está à vista e aos “nossos ouvidos”: não há palavras, apenas o barulho do vento e os sons manuais amplificados por microfones forjam o realismo. Durante muito tempo depois do espectáculo, as imagens, ultrapassam a tradicional divisão entre documentário e ficção. Um espectáculo indispensável.


Auschwitz, à escala 1:20... Sobre o Holocausto há muitas obras, mas nenhuma que reproduza o destino dos prisioneiros enviados para campos de extermínio com o realismo de “Kamp”... Boa parte do espectáculo é de uma crueza extrema: doem os corpinhos de resina... comove a expressão dos seus rostos, revelada em primeiros planos a preto e branco. Felizmente, Hotel Modern deixa-nos respirar: ao anoitecer, enquanto os pássaros cantam e se acendem as luzes dos postes e dos edifícios, Auschwitz parece uma aldeia tranquila... É uma miragem: a câmara entra de improviso nos dormitórios colectivos, mostra centenas de corpos amontoados em três pisos... roncam e respiram pesadamente com o alento real dos seus manipuladores, recolhidos e ampliados por microfones.“Kamp” perturba e revolve as nossas entranhas, mas desperta-nos. Vale a pena entrar e exorcizar ali o pior do passado recente da velha Europa.
- Javier Vallejo, El País


An enormous scale model of Auschwitz fills the stage. Overcrowded barracks, a railway track, a gateway with the words "Arbeit Macht Frei". Hotel Modern attempts to imagine the unimaginable: the greatest mass murder in history, committed in a purpose-built city.
Sixty years after its evacuation, Auschwitz has become a dark icon of the modern era, a mythical catastrophe, almost a fairytale. What occurred there is difficult to believe, sometimes even for those who experienced it. In Kamp, Hotel Modern attempts to re-enact the historical reality.
The model of the camp is brought to life onstage: thousands of 3" tall handmade puppets represent the prisoners and their executioners. The actors move through the set like giant war reporters, filming the horrific events with miniature cameras; the audience becomes the witness.